Casamento consoante as diferentes religiões

Casamento Católico: Três meses antes da cerimónia, os noivos deverão iniciar o Processo de Casamento numa Conservatória de Registo Civil, tal como acontece para aqueles que pretendem apenas um casamento civil. Neste caso, uma vez terminado o processo de publicações, é emitido pela Conservatória um documento que autoriza o casamento e que deve ser apresentado ao pároco ou ao respectivo ministro do culto. Para a celebração do casamento católico é necessário que, pelo menos, um dos noivos seja baptizado e que cumpra os ritos da religião católica.
É impeditivo da celebração do casamento católico o facto de um dos noivos estar divorciado de um anterior casamento católico.
É recomendável que os noivos contactem o padre dez a doze meses antes da data prevista para o casamento. Ele será o responsável por uma orientação geral para o matrimónio, sob a forma de reuniões periódicas – Curso de Preparação para o Matrimónio - onde, em princípio, estarão presentes outros casais.
Após a realização do casamento católico, o pároco responsável envia uma comunicação à Conservatória do Registo Civil competente, para efeitos de registo.

 

Casamento Ortodoxo:  A Igreja Ortodoxa vem de uma dissidência dos Católicos Apostólicos Romanos e é dominante nos países da Europa Oriental, especialmente entre gregos, árabes, russos e eslavos. O ritual, bem rígido, não permite alteração nas suas etapas, dai o termo ortodoxo, que significa "conforme a doutrina definida". A cerimónia é dividida em duas partes: a união do casal e a coroação. É cantada e realizada por cinco padres em três idiomas: português, árabe e grego. O padre celebrante abençoa o casal e as alianças. A coroação é o ponto máximo da cerimónia e é conhecida como o Rito da Coroação. As coroas são símbolos de glória e honra, com as quais Deus coroa o casal durante o sacramento. O celebrante conduz o casal a três voltas no sentido anti-horário em redor do altar, que representam a dança de Isaías. Esta é a primeira caminhada dos recém-casados e a Igreja, na pessoa do sacerdote, condu-los pelo caminho em que devem andar. São três voltas para honrar e glorificar a Santíssima Trindade, e no sentido anti-horário por Deus ser Eterno, para que sua eternidade encontre reflexo na união do casal.

 

Casamento Judaico: O Judaísmo é a religião do povo judeu. É a mais antiga das três principais religiões monoteístas (sendo as outras o Cristianismo e o Islamismo), o que pode explicar o simbolismo espiritual e histórico patente nas suas cerimónias. Os noivos passam a semana que precede a cerimónia sem se ver. O dia do casamento começa com o Micvê, o "banho do corpo e da alma", que deve ser realizado pelo casal (separadamente). Os dois jejuam o dia inteiro, comendo a sua primeira refeição juntos apenas no final da cerimónia.

O noivo veste o kitel branco (uma espécie de mortalha) por baixo do terno, para que mesmo num dia de festa o homem não esqueça que é mortal, e que o seu casamento será até que a morte os separe. A noiva veste o tradicional vestido branco (ou de cor clara), símbolo da sua pureza. Neste dia, os pecados dos noivos são perdoados.

O casamento judaico é divido em duas partes, o Kidushin e o Nissuin. Entre essas duas etapas é assinado o Ketubá, o contrato matrimonial judaico, uma tradição de mais de 2500 anos. O contrato confirma legalmente o casamento e especifica as responsabilidades do marido pela esposa.

No Kidushin, consagração, um copo de vinho (símbolo da vida) é abençoado em agradecimento e louvor ao criador e, em seguida, bebido pelos noivos. No ponto alto, o noivo oferece a aliança à noiva. Com a aceitação, eles passam a ser considerados casados pela Lei Judaica.

Já no Nissuin ("casamento" no hebraico moderno) são recitadas sete bênçãos sobre o cálice de vinho. Abençoa-se, então, o casal, para que juntos possam ser felizes.

No final da cerimónia é costume o noivo quebrar um copo envolvido num pano. Este gesto serve para recordar a destruição do Templo de Israel. Ao som do copo quebrado, a atmosfera solene é substituída por danças e música. Todos devem festejar e expressar alegria e apoio ao novo casal.

 

Casamento Budista

A visão budista do casamento é bastante liberal. O casamento não é considerado um dever religioso, mas uma opção pessoal.

Depois das formalidades do registo civil estarem completas, os noivos recebem uma bênção dos monges no templo local. Embora os monges budistas não oficializem a cerimónia legalmente, eles fazem um serviço religioso, em ordem de abençoar os noivos.

 

Casamento Islâmico: Entre muçulmanos, é a família do noivo que procura uma noiva que considere adequada.

O casamento é uma espécie de contrato entre o homem e a mulher e o seu guardião. Este contrato implica o pagamento de um valor acordado pelas duas partes e pago pelo noivo na altura em que o contrato é feito. Este pagamento pode nem sempre ocorrer, caso as duas partes o decidam eliminar.

A noiva nem sempre está presente quando o contrato é feito, embora a presença do seu pai ou guardião seja obrigatória.

A oferta do casamento é feita pelo pai da noiva, ou pelo seu guardião. Segue-se uma aceitação feita pelo noivo, na presença de duas testemunhas muçulmanas. A noiva tem direito a receber a quantia referente ao contrato e fazer dela o que bem entender. O valor recebido poderá ser em dinheiro ou em géneros, e deverá ser especificada antes do noivo a dar à noiva.